Crise Hídrica

Dicas básicas sobre como economizar: ÁGUA

Gilmar Altamirano conta que, nas palestras que costuma proferir em escolas, já adotou algumas expressões que ajudam os alunos a compreender melhor como economizar água.

Alguns dos termos mais usados por ele são os verbos "ressuscitar" e "substituir". "Tenho brincado nas palestras e entrevistas que precisamos ressuscitar urgentemente algumas coisas em casa. O balde, aposentando a mangueira. O copo, substituindo a água da torneira", conta.

Ainda segundo Altamirano, o grande vilão do consumo residencial é o banheiro, principalmente a descarga. "Se for uma antiga, daquelas de válvula na parede, perde-se de nove a 14 litros em um apertão. Isso se não estiver desregulada", alerta. Ele ressalta que, hoje, a indústria da construção tem incentivado o uso de caixas acopladas, onde se perde seis litros de água a cada "puxada" de descarga.

No caso dos modelos mais novos, que têm dois tipos de botão, o consumo cai para três litros de água, no caso de dejetos líquidos e permanece em seis litros quando o botão de sólidos é acionado.

A seguir, Altamirano passa algumas dicas e informações sobre como é possível economizar.

• Lavanderia: Encha baldes com as sobras de água da máquina de lavar e utilize na lavagem de pisos e azulejos.
• Cozinha: Aproveite a água da lavagem de verduras e faça escorrer em uma pequena bacia. A sobra pode ser usada para regar as plantas.
• Banheiro: O mesmo  pode ser feito no caso do chuveiro aquecido a gás, que demora mais tempo para aquecer a água. "Até que esquente, em vez de ir para o ralo, ponha o balde embaixo e depois utilize", (ensina Altamirano) Coloque uma bacia embaixo do chuveiro e aproveite a água que sobra para utilizar no vaso sanitário. Encha um copo com água na hora de escovar os dentes e não utiliza a água da torneira. "Quando você fica cinco minutos com a torneira aberta, gasta 12 litros de água. Se usar um copo, já economizou 11 litros e meio, no mínimo", justifica o diretor da Universidade da Água

Há 100 anos, consumo médio per capita era de 25 litros por dia; hoje, índice chega a quase 200 litros.

Gilmar Altamirando: "A gente se acostumou a ter água todos os dias na torneira, em abundância, com custo relativamente barato, então nunca se prestou muita atenção à água".

Para Roberto Malvezzi, da CPT, crise não é casual, muito menos coincidência, mas advém da destruição imposta pelo modelo civilizacional brasileiro das últimas cinco décadas.

* Artigo originalmente publicado pelo Jornal Santuário de Aparecida, compartilhado com os veículos da Signis Brasil.