Quem não ouviu falar, com jeito e tom de desprezo: "Isto é coisa de índio". No entanto nossos antepassados e, agora, nossos irmãos e irmãs têm tesouros de sabedoria. Sua cultura é inteligentemente humana. Têm podido viver na floresta e conhecer muitos dos seus segredos e seus dons. O quinino, até hoje um dos remédios eficazes contra a malária, se deve ao senso de observação deles. E o que dizer de tudo o que se consegue da mandioca: farinha, tapioca, goma... São José Anchieta começou a coletar as receitas indígenas da flora medicinal brasileira, hoje amplamente reconhecida é aproveitada. Desprezar o indígena é desprezar a nossa própria humanidade. Oprimir os povos indígenas é intolerável! Contudo, não podemos conservá-los como em um museu vivo. As culturas se relacionam mutuamente, realizando trocas proveitosas. A oração há de nos valer para acharmos a "dose certa".
INTENÇÃO PELA EVANGELIZAÇÃO: Missão na América Latina e no Caribe.
Vivemos, no Brasil, muito tempo voltados para a Europa. De lá vieram correntes migratórias sucessivas, uma cultura preponderante, a maioria dos nossos evangelizadores. Como o tempo, nossas populações foram preenchendo os espaços no limites da fantástica floresta amazônica. Assim, é natural que a Igreja pense na América que fala português e espanhol, línguas ancestrais e até francês, holandês e inglês, mas que enfrenta problemas comuns econômicos, sociais, políticos e até religiosos, como numa grande unidade na diversidade, em que o Santo Evangelho deve ser vivido e anunciado para nossa alegria e salvação. O Evangelho é fermento na massa. Uma cultura evangelizada respeitará os direitos da pessoa humana, será favorável à educação de boa qualidade, amiga dos mais fracos e favorável aos empobrecidos (ver Lc 4,16-21).
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