A falta d´água já é uma realidade. O racionamento também. Nunca sentimos tanto o quão necessária ela é. Muitas reflexões foram feitas a respeito da crise hídrica. No fim de tudo, a política ou "os sempre maus políticos" acabam levando boa parte da culpa: faltou planejamento, previsão, a certeza de que um dia isso iria acontecer. Nem São Pedro escapa: a falta de chuva em uma região e o excesso em outra é porque o GPS de São Pedro anda meio avariado.
O fato é que a falta d´água na torneira nos faz pensar em nossa realidade espiritual. A água se parece com a graça de Deus que se manifesta nas mais diferentes atividades da vida. Sempre precisamos dela, seja para consumo próprio, seja para oferecê-la em forma de bom relacionamento aos que nos cercam. Assim como a água, quando a graça "seca" em nós, vamos à torneira da existência e não vemos nenhum sinal dela. Aí nos revoltamos, achamos que Deus nos abandonou, que ele só pensa em si e não nas pobres criaturas... que naturalmente somos nós.
Voltemos à falta d´água dentro da própria casa: você vai ao banho e tem que se contentar com um "banho de gato", ou de caneca com a única garrafa de água mineral que ainda está à sua disposição. A sensação de se sentir sujo é tremendamente desconfortável, para si e para os outros. As coisas ao seu redor também se revestem de uma camada de poeira, e agora é preciso conviver com ela. A limpeza não é um ato mágico. Exige algumas condições.
Mas o pior ainda está por vir: a sede que não se consegue estancar. "Quem tiver sede, venha a mim e beba", diz a Palavra. O sonho maior passa a ser o reencontro com água abundante, o que equivale a dizer da saudade da graça de Deus ou do próprio Deus vivo, em pessoa. "Quem beber desta água, a água da vida, nunca mais terá sede".
Que Deus nos dê a graça de cuidar deste bem tão precioso: A ÁGUA.
Fonte: parte do texto do Pe. Brás Lorenzetti, cmf - Revista Ave Maria - Foto: Internet
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