Saiba como se livrar desse sentimento negativo que se instala em nós como um veneno
O rancor é um sentimento que surge como resposta emocional diante do que percebemos como ofensa. Ele permanece em nosso interior como um veneno que se ativa cada vez mais, pois revivemos tal sentimento negativo constantemente. Por isso, também é chamado de "ressentimento".
No entanto, algumas práticas podem servir como "antídoto a esse sentimento:
1- Reflexão: ainda que real, a ofensa pode ser exagerada por nós. Por isso, devemos transpor a primeira barreira a esses sentimentos sendo objetivos, não nos deixando levar por um sentimento negativo que, de cara, não controlamos racionalmente.
2- Autoconhecimento: precisamos nos conhecer, pois existe temperamentos que se prestam a guardar lembranças e sentimentos, o que é bom, quando não forem negativos nem nos afetarem tanto. Sendo assim, resta sempre o recurso da autoanálise. Trata-se de não querer experimentar novamente as emoções negativas durante o transcurso do tempo.
3- Evitar a suscetibilidade: reconhecer que é ruim carregar o peso do ressentimento por tantas circunstâncias cotidianas e pouco transcendentes, como uma crítica, uma chamada de atenção, um olhar de indiferença ou desprezo, um determinado tom de voz, uma ironia, alguma omissão dos outros; como não dar os parabéns no aniversário, alguém que não nos cumprimentou, que não nos agradeceu, que não nos convidou para algo, que não nos valoriza ou leva em consideração, que não pediu nossa opinião etc. Tudo isso nos machuca porque estamos muito preocupados conosco mesmos. A pessoa egocêntrica é vulnerável, porque dá muita importância a tudo o que se refere a ela, sobretudo quando considera um comportamento negativo por parte dos outros.
4- Controlar a imaginação: a imaginação tem seus encantos e vantagens, mas é preciso controlá-la pela inteligência e pela vontade, para que se aplique a realidades positivas. Quando a deixamos "sem rédeas", ela pode nos levar a enxergar as coisas de maneira distorcida, e assim provocar rancor gratuito, infundado.
5- Compreensão: ao analisar as ofensas recebidas, sendo elas reais e em sua justa dimensão, devemos também fazer um esforço para compreender o jeito de ser do ofensor e descobrir os atenuantes da sua forma de proceder. Assim, nossa reação negativa não apenas enfraquecerá, mas poderá até mesmo desaparecer.
6- Ânimo para superar planos não realizados: ao não alcançar o que gostaria ou aquilo a que se propôs, o desânimo influencia o entendimento e pode diminuir o valor daquilo que vem pela frente, preferindo viver no perigo do passado, ainda que nele se encontre latente o ressentimento. Um presente apaga todo mau passado. Comece novos estudos, pratique um novo esporte, faça novos amigos etc. Fortaleça a própria personalidade, aceitando desafios que exijam superação pessoal.
7- Aprender a "viver feliz": diante das provações, não fique sem leme nem deixe que os fatos sejam apenas fontes de frustração e amargura. Enxergue neles a amabilíssima vontade de Deus.
8- Ter clara sua missão na vida: valorize as capacidades e qualidades pessoais, limitações e defeitos, em um projeto que dê sentido à existência e que coincida com o plano de Deus sobre nós.
9- Perdoar: desculpar não é o mesmo que perdoar. Pedimos desculpas quando o ato foi verdadeiramente intencional ou propriamente pessoal, como quando acidentalmente quebramos o vaso de flores do nosso anfitrião. Quando, pelo contrário, o ato foi livre e conscientemente agressivo, já não se trata de pedir desculpas, mas perdão.
Desculpamos o inocente e perdoamos o culpado. Portanto, é mais fácil desculpar que perdoar pode, em certos casos, ser extremamente difícil ou humanamente inconcebível. Nesse momento, precisamos reconhecer que o perdão já não é um sentimento, mas um ato da vontade, no qual se busca aderir ao plano de Deus.
É assim que as exigências do amor de Deus entre as pessoas superam a capacidade humana. Jesus nos convida a uma meta que não tem limites, pois só a partir disso podemos alcançar o que Ele nos pede: "Sejam misericordiosos como seu Pai celestial é misericordioso". Na busca desse ideal, contamos com a ajuda do próprio Deus. A vocação ao amor pelo perdão marca a liberdade dos filhos de Deus.
Jesus Cristo nos ensina a orar e a pedir confiante e insistentemente que esta graça nos seja concedida: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
"Artigo publicado originalmente na revista Ser Persona, traduzido e publicado pelo Portal Aleteia" Fotos: Internet
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